26 de março de 2015

Atrizes

O ar-condicionado do quarto das meninas está com defeito, mas mesmo com o ultra power ventilador que colocamos no quarto delas, as duas chegam de mansinho:

- Paiê, podemos dormir no seu quarto hoje?
- Podem, mas só depois de dormirem lá no quarto de vocês. Quando vocês dormirem, eu trago vocês pra cá.
- Traz nos braços?
- Isso.

5 minutos depois, aproximo-me da porta do quarto delas. Estão brincando, como sempre. Então simulo uma conversa com a minha esposa "será que elas já dormiram???"

Ao escutar isso, elas correm pra cama, se embrulham e fingem que estão dormindo. A Globo está perdendo grandes atrizes. Mexi, virei pra lá e pra cá, e elas só respiravam como alguém que realmente está dormindo.

Pensei em dar bronca pelo fingimento, mas a performance delas, a vontade de dormir no friozinho e o fato de eu ter feito o mesmo na infância várias vezes, amoleceram meu coração. Peguei a mais nova, coloquei nos braços (e ela fingindo), e eu segurando o riso.

Voltei pra pegar a mais velha que estava imóvel e disse "pode levantar, eu sei que você tá acordada".

- Tá, mas o senhor pode me levar nos braços também?

Ai meu Deus.

15 de fevereiro de 2015

Questão de gosto - Soundcloud

Tem gosto pra tudo.
E isso é ótimo.
Sempre haverá alguém do seu lado. Nem que seja só uma pessoa. Há gosto pra tudo, e um deles vai aceitar você.

É assim que eu interpreto as quase 37 mil execuções de faixas que gravo na brincadeira no meu canal no Soundcloud. O que mais poderia explicar 1.350 downloads pra me ouvir cantando, mesmo offline?

Criei o canal pensando nas minhas filhas. Sei lá, quero que elas tenham minha voz aí por muito tempo. Toda música gravada, gravo pensando nisso.

Bom, aqui vou colocar as 5 que minha esposa elegeu como as melhores. Ela é bem suspeita, e diz que gosta de todas, mas enfim.

Obrigado a todos que aqui acolá pedem música, comentam, etc. :)













Meu nome

Em 2009 eu visitei e me reuni com alguns clientes em uma localidade rural, e entre as clientes havia uma mulher grávida.

Quando alguém me pergunta meu nome, sempre preciso repetir no mínimo 2 vezes. Mas com essa mulher foi diferente.

Ela repetiu o meu nome com um tom que só tinha ouvido da minha mãe.

Fiz a reunião e, ao me despedir, ela me disse que adorou o meu nome e depois de me conhecer melhor (por alguns minutos), decidiu que seu filho teria o mesmo nome. "Não faça isso com o menino", eu disse achando que ela estava brincando.

Ela não estava brincando. Hoje depois de algum tempo, nos vimos novamente e ela fez questão de me mostrar essa identidade.

Pode parecer bobagem, mas fiquei feliz pra caramba com isso.


2 de fevereiro de 2015

O que lhe incomoda?

Na madrugada, acordei no fundo de um poço, em trevas, com uma luz muito forte que piscava a cada segundo. Era uma luz amedrontadora.

Felizmente eu estava apenas no meu quarto escuro e meu celular tinha alguma notificação no led que piscava sem parar.

Aquela luz atrapalhava o meu sono. Mesmo com os olhos fechados, a luz me incomodava. Como o celular estava longe, fiquei buscando alternativas pra não precisar me levantar e desativar a notificação. Embrulhei minha cabeça com dois lençóis, travesseiro, fiquei de bruços, e a luz não parava de atrapalhar a minha vida.

Uma simples luzinha inofensiva, tem o poder de me incomodar. Aí levantei e virei o celular pra baixo. Pronto, meu problema estava resolvido. A luz continuava a piscar, mas não me incomodava mais.

Aí, antes de voltar a dormir, descobri que você não precisa apagar o que lhe incomoda pra deixar de ser incomodado. Aprendi que o poder de incomodar, é você que dá. É você que dá condições ou não para que alguém ou algo atrapalhe a sua vida.

Talvez esteja faltando apenas um pouco de coragem pra levantar e mudar as condições, mesmo sem precisar apagar a luzinha que te incomoda. Apagar é mais difícil, talvez impossível, mas a sua parte você pode fazer, e funciona.

Um cheiro e boa semana.

31 de julho de 2014

Por que odeio hospitais

Por que eu odeio ficar doente, e odeio profundamente ter que ir a hospitais?

Na segunda-feira à noite, voltei do trabalho e quase não dormi com uma dor repentina no pescoço e braço esquerdo. Até aí, tudo bem. Já havia acontecido outras vezes. Daí fui trabalhar, com muita dor, mas se tem outra coisa que odeio é precisar faltar ao trabalho. 

Diferentemente das outras dezenas de vezes, não consegui aguentar. Saí às 16h e só não tava chorando porque não queria preocupar minha família. Aí vem o primeiro problema: moro numa cidade que não tem hospital, tem só uns faz-de-conta, que só não falo mais mal, porque assim mesmo podem me salvar, um dia. Mas a situação da saúde é lastimável. Então tenho que ir à Fortaleza, e tome 1 hora de viagem na estrada e mais 2h dentro da cidade com um trânsito de enlouquecer qualquer Dalai Lama. Tive que ir só, porque sabia do transtorno pelo qual submeteria minhas duas filhas me acompanhando nessa missão.

Segundo problema: filas e salas de espera. Tenho a impressão que todo mundo demora para ser atendido, e quando chega a minha vez é tão rápido, que a raiva só aumenta por ter que esperar tanto. Pra completar, tive a felicidade de reencontrar uma ex-colega de trabalho que não via há 5 anos, porém, que estava sentada atrás de mim, e eu tinha que virar o bendito pescoço pra dar atenção, o que lascou ainda mais. Imagine a cena, eu querendo dar atenção, sem poder, virando o pescoço pra trás.

Depois vem o atendimento e a medicação. Felizmente o 1º doutor foi muito gente boa. Aí fui fazer um eletrocardiograma, e a enfermeira me mandou tirar a camisa:

- Hum, eu acho bonito é assim, peito todo pelado.
- Como? (prendendo riso)

Ela repetiu, e pediu que me deitasse.

- Nossa que pernas grossas, o negócio aqui nem tá encaixando. Estão inchadas, é?

Óbvio que apenas sorri, imaginando que ela deveria dizer isso a todos os pacientes, pra quebrar o gelo. Outra coisa a se ponderar é que era uma enfermeira que, acredito, está bem próximo de se aposentar.

Depois vem remédio na veia, ânsia de vômito, tontura, remédio de que não deu certo, outro remédio na veia e enquanto isso: telefone descarregado. Pra piorar tudo, não tinha como me comunicar com minha família e minha querida internet.

Meia-noite, vou pra casa da minha tia em Fortaleza, que estava há um mês sem ninguém habitando. E um detalhe importante é que eu previ que voltaria pra casa no interior, mas o trânsito e a lerdeza dos hospitais nunca deixariam que fosse assim. Então não levei roupas, nada.

No dia seguinte (no caso, hoje), fui fazer um exame de ressonância magnética que o 2º doutor me solicitou. Cheguei às 9h no hospital, e tome fila. Ao chegar a minha vez, apresento a solicitação do exame e o cartão do meu plano. Eu pago o meu plano de saúde e da minha familia há 14 anos e NUNCA havia precisado. Nunca. Aí, a atendente diz: "Senhor, o plano só poderá autorizar se você for lá na SEDE DA EMPRESA PEGAR UMA GUIA DE AUTORIZAÇÃO." Parece brincadeira, mas eu não fiquei com raiva. Estou doente e tinha que preservar energia. Apesar da dor interminável, fui.

Mais 2 horas de espera e finalmente vou fazer a ressonância magnética. Peço umas dicas na internet porque nunca tinha feito isso. Aí vem minha esposa e diz que eu tenho que ficar nu. Até aí tudo bem, até que vem o Paulo Orlando e fala que posso ficar de cueca. Analisando minha cueca e seus buracos, preferi ficar nu mesmo. Fui ao banheiro tirar. Queria estar pronto pra ser atendido por alguma mulher tipo, dançarina do Faustão, conforme o Orlando me informou.

Eis que de repente vem uma lapa de negão, da minha altura e com a voz fina. O medo aumentou 5 vezes quando ele me mandou tirar a roupa e ficar só de cueca, e vestir uma bata, um sapatinho de pano e uma toca.

- Eu estou sem cueca, tenho alergia.
O negão sorriu, e essa foi uma das piores sensações que já tive na minha vida.

Ao deitar na maca, eu tinha que ficar reto. Porém, a minha dor é justamente isso: eu não posso ficar reto. Então foram os 20 minutos mais difíceis de todos, pois fiquei forçando minha própria dor e não podia me mexer, nem engolir minha própria saliva! Nunca pensei que fosse ficar feliz ao rever aquele negão quando, finalmente, tive que sair da droga daquela máquina.

Continuo me perguntando “por que comigo”, “por que logo eu”, “por que as pessoas precisam ficar doentes”, e outras perguntas. É claro que sei que há situações muito, mas muito piores que a minha, mas sempre vou achar injusta essa história de doença e dor. E que Deus me faça passar por isso logo.

12 de julho de 2014

Equipes unidas demais


A seleção brasileira me ensinou uma coisa importante sobre "equipes unidas demais", quando a união e o profissionalismo são confundidos com uma amizade nada produtiva, daquelas em que se protege o amigo, mesmo que ele vacile e prejudique a conquista de um objetivo comum.

Vi jogadores cometendo erros grotescos, e nenhum companheiro "amigo" chegar pra corrigir, pra dizer "poxa, presta atenção", ou mesmo externar o sentimento de "você tá prejudicando o meu objetivo e o objetivo do time, caramba!" Ninguém quer afetar a "amizade".

E o técnico, que rasga elogios para cada jogador (o que é ótimo), mas evita feedbacks mais consistentes e firmes porque afinal "somos uma família e não quero vê-lo tristinho".

E assim, o sonho vai embora. O objetivo de todos vai embora. Uns jogadores sobressaem, mas no final todos são derrotados.

Não quero dizer que não se pode ter amizade numa equipe de trabalho. Deve. Mas amigo não é aquele que me fala o que eu quero ouvir, mas o que eu preciso ouvir. E que escuta o que tenho pra falar, seja um elogio, seja uma crítica.

União pra mim é isso. Liberdade, seriedade e busca por um objetivo comum. Assim se constroem amigos de verdade. E muitas vitórias.

4 de maio de 2014

Eu a cerveja



Há cerca de 12 anos, eu jogava em um time de bairro e todos os finais de semana tínhamos jogo em alguma comunidade. Éramos de 20 a 25 jogadores, e após cada jogo, era sagrada aquela cervejinha e, claro, uma bela de uma cachaça.

No entanto, eu devo ter nascido com uma doença rara que ataca menos de 1% da população, especialmente a masculina, chamada "Cervejite": uma mutação na língua que a torna intolerante a cerveja e a cachaça. E olha que não foi por falta de incentivo ou oportunidades. O problema é o gosto mesmo.

Eu não ficava tão deslocado da turma porque pedia meu refrigerante e, felizmente não precisava de álcool pra falar e fazer bobagem, como ainda não preciso. Eu nunca entendi por que isso acontece comigo, mas confesso que nunca me fez muita falta.

Exceto numa festa da empresa, para a qual pediram R$ 80 (muito dinheiro na época) de cada para os gastos, incluindo a cerveja. Que droga, pensei, por dar tanto dinheiro e beber apenas refrigerante. Eu tinha que aprender a gostar de cerveja. Mexeu com meu dinheiro, mexeu com coisa séria. Aí pedi alguns conselhos a amigos cervejeiros, e eles me deram dicas que resolvi seguir. Disseram que no começo é difícil, mas se eu seguisse os passos tudo direitinho, daria certo.

Primeiro eu tinha que comprar uma boa cerveja e deixá-la muito gelada. Recomendaram Bohemia, comprei e deixei no freezer por 1 semana.

Depois, eu tinha que estar morrendo de sede. Então passei um sábado sem beber água, e a tarde fui jogar minha bola em campo de terra. Foi difícil ver as senhoras vendendo picolés e não comprar nenhum, mas resisti. Voltando pra casa de moto, tirei o capacete e vim de boca aberta pra secar qualquer resquício de saliva que ainda tivesse.

Cheguei em casa, abri a geladeira e vi aquela garrafa, toda encoberta de branco, parecia trincada de tão gelada. Saía fumacinha. Abri e coloquei num copo. Ao derramar, parecia grossa, o barulhinho era agradável.



Então coloquei na boca, tomei um gole. Tomei outro gole só pra comprovar.


Aquilo era horrível. Abri uma Sukita de 2 litros e tomei quase metade. O resto da cerveja, joguei na pia, que treco amargo do caramba. Nunca mais.

25 de janeiro de 2014

Senhor

Há muito tempo, quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, meu pai estava dando manutenção nas gaiolas lá de casa, com os passarinhos que ele criava, e me chamou para ajudá-lo.
- Luilton, venha cá!
- O que é?

Nesse momento, ele veio sério até mim e disse:
- Primeiro, quando eu lhe chamar, você apenas venha. E quando não ouvir direito, fale “senhor” e não “o que é”. Eu sou seu pai.
- Mas o Decarlos (meu amiguinho) sempre responde o pai dele com “o que é”.

Meu pai não era dos mais carinhosos, mas raramente entrava em pilha. Nesse dia foi diferente. Ele puxou minha orelha e disse:
- Segundo, eu disse que você tem que me responder “senhor” e não “o que é”. Não quero saber de pai nenhum, porque o seu pai sou eu.

Meu pai sempre teve essa preocupação em mostrar pra mim que tinha o controle da situação, e que ele era o chefe da casa. Não foi a toa que sempre era muito correto em tudo que fazia, tanto no trabalho, quanto em casa, com os pais, irmãos, amigos, com minha mãe e comigo. Sempre foi muito responsável, como ainda é até hoje. E exigia isso de mim. Ele queria que eu fosse um filho obediente, responsável e não puxasse briga com ninguém.


Era a contrapartida por exigir tamanho respeito. E apesar dos pesares, depois de todos os carões, eu percebia que ele estava sendo justo com suas convicções. Obviamente levava um tempo até eu perceber isso, quando eu pensava em fugir de casa, procurar outra família, entrar pro circo e ir embora, etc., mas no final eu sempre entendia, porque ele tinha suas qualidades.

Além disso, a imagem de um pai superior, a quem não se deve contrariar quanto às expectativas para ser uma boa pessoa, foi de extrema importância na minha formação quando criança. Eu realmente não tinha nenhuma vontade de decepcionar o meu pai, em nada, e fazia o impossível para lhe arrancar um sorriso, por menor que fosse. Ele merecia sorrir por tudo que fazia por mim, e eu também queria merecer esse sorriso. E olha que oportunidades para decepcioná-lo não me faltaram. Mas, eu me lembrava das possíveis conseqüências e pensava melhor.

Não me canso de agradecer ao meu pai por cada momento como esse. Respondê-lo com respeito, chamando-o de “senhor”, era o mínimo que eu poderia fazer para demonstrar meu carinho e admiração por ele, encorajando a continuar sendo o pai incrível que ele é.


- Liana, vem cá, filha.
- O que é?
- Não responda assim pro papai. Responda “senhor”, porque eu sou seu pai, tá?

A mais velha já aprendeu.

24 de novembro de 2013

Banho de lata

Já falei aqui no blog que água nunca foi uma coisa muito fácil na minha vida. A prática em tomar banho de lata (ou de balde) me inspirou a fazer um pequeno tutorial para quem venha passar pelo mesmo.

1. Nunca deixe o balde muito perto
Quando você jogar a água na cabeça, invariavelmente vai cair uma ou trinta gotas de volta no balde. Caso esteja ensaboado, não vai ficar legal.

2. Não derrame a água da lata toda de uma vez
Você perde cerca de 60% da eficiência da água quando joga toda de uma vez. O correto é derramar aos poucos, sempre começando pela cabeça. Mesmo que queira lavar a barriga, comece sempre pela cabeça. Lembre-se que a gravidade vai levar a água da cabeça para qualquer parte do seu corpo.

3. Use o cabelo para espalhar a água
O seu cabelo é fundamental para molhar as laterais do seu corpo. Enquanto derrama a água, faça um sinal de “não” com a cabeça, ou cante alguma música como o Steve Wonder.

4. Xampu e sabonete em um mesmo momento
O primeiro é sempre o xampu, porque você já aproveita a espuma que desce para facilitar a passagem do sabonete. Aproveite esse momento para dar um pouco de carinho a si mesmo, explorando cada parte do seu corpo e se conhecendo melhor.

5. Nunca esqueça as partes íntimas
Para a parte de trás, jogue a água pelo pescoço descendo pela divisória das costas, até chegar ao ponto. Você acha que Deus fez esse rego nas suas costas a toa? Na parte da frente, mulheres seguem a mesma regra da parte de trás. Para os homens é um pouco mais complicado, porque é impossível lavar bem com apenas uma das mãos. Então o procedimento é o seguinte: encha a lata até o meio e agarre-a com suvaco. À medida que você for se inclinando, a água vai cair como uma pequena cachoeira. Agora é só mirar bem e lavar o dito cujo com as duas mãos. Não esqueça que o câncer de pênis mata 400 homens por ano, e mais de 1000 precisam tirá-lo fora, apenas por problemas de limpeza. Dedique um tempo especial ao seu garoto.

6. Aproveite a água para a descarga
Coloque um balde vazio entre suas pernas enquanto toma banho, e depois aproveite o seu “caldo de banho” para encher a caixa de descarga da privada.

Espero ter ajudado. O próximo tutorial é “como lavar a louça”, e está imperdível.

30 de outubro de 2013

RAFLU - Regra do Acaso Flutuante

Se tivéssemos a certeza do que vai acontecer amanhã, a vida seria completamente monótona e provavelmente muito sem-graça. Apesar disso, há uma procura imensa pela capacidade de prever as coisas. Faz parte da nossa humanidade, tentar descobrir o que o futuro nos reserva.

Algumas pessoas usam da fé para criarem dentro si, a certeza do amanhã. Mas fé não é certeza e certeza não é fé, por isso mesmo são duas palavras diferentes. Fé tem a ver com “acreditar que é possível” e certeza já é o fato concreto em si. É possível ter fé no amanhã, mas a certeza nunca será plena com relação ao futuro. Você pode ter fé que o cliente que lhe comprou 50 vezes fiado e pagou sem nenhum dia de atraso, não vai atrasar na próxima compra. Mas você arriscaria dizer que tem certeza disso?

Infelizmente não dá pra viver confiando apenas na fé, pois o acaso está sempre fazendo parte das nossas vidas. Sempre há espaço para o inesperado, sempre há uma possibilidade, sempre há um risco, sempre há uma chance. O máximo que podemos fazer é ter as atitudes necessárias para desenhar o nosso futuro, reduzindo as chances do acaso mudar tudo. E falo “reduzindo” porque é impossível simplesmente eliminar o acaso. Ele sempre estará lá.

Eu desenvolvi uma teoria chamada RAFLU – Regra do Acaso Flutuante que traz para nós, o máximo de comando possível do nosso futuro. O acaso sempre existirá, mas ele “flutua” de acordo com as nossas ações.



Quanto mais você deixa sua vida nas mãos do acaso – próximo aos 100%, menos controle do seu futuro é possível ter. O acaso nem sempre é ruim. Algumas vezes, o time que chutou 30 vezes ao gol perde para o adversário que chutou apenas uma vez. Mas, definitivamente, não recomendo que você conte sempre com isso.

Quem deseja desenhar o futuro, puxa a setinha do acaso para o mais próximo possível de zero (sendo que o zero absoluto nunca vai ser possível). Esse “puxar a setinha” é baseado em cada uma nossas atitudes preventivas ou ainda pelas iniciativas que temos perante os fatos.

Quando o cantor Zeca Pagodinho canta “deixa a vida me levar”, ele está ignorando completamente a setinha do RAFLU e deixando sua vida nas mãos do acaso. Aposto que ele falou isso da boca pra fora porque, certo dia, o vi na TV resgatando pessoas após o mais incontrolável dos acasos, que são os fenômenos da natureza, como a chuva. Imagine estar em um barco sem leme, deixando o rio furioso lhe levar para onde ele quiser. Nem pensar.

Você pode usar o RAFLU em qualquer área da vida e para qualquer objetivo traçado, por mais simples que seja. O que você está fazendo em sua vida e em seu trabalho para “puxar a setinha” do RAFLU e não deixá-los nas mãos do acaso?

24 de setembro de 2013

Cinderela

O dia inteiro trabalhando, e a cada passo, a cada ação, em todos os segundos eu só penso em vocês.

Não vejo a hora de chegar em casa, só pra ver vocês me recebendo com aquele abraço e me perguntando se eu trouxe presente.

E me contam como foi o dia, o nome do amiguinho que fez alguma brincadeira sem-graça na escola, e sobre a amiguinha que levou um brinquedo novo.

O que comeram, se há algum machucado novo, se há alguma dúvida nova, uma pergunta nova...

E aí levanto vocês até o teto, brincamos de dançar, de cavalinho e de fazer cócegas e careta, para rir, e rir muito.

E na hora de dormir, vocês vêm para minha cama e o travesseiro preferido é o meu peito, com a barba mal feita pra vocês passarem as mãozinhas de brinde.

Aí conto uma historinha pra vocês. Muitas vezes, a mesma historinha. Outras sem pé nem cabeça.

Quando o sono não vem, aí apelamos para musiquinhas de ninar. Essas sim, infalíveis.

E não muito raramente, mas com a mesma preciosidade de algo raríssimo, vocês resolvem me tirar dessa maravilhosa rotina para torná-la ainda mais perfeita com suas surpresinhas. Todos os dias.



Minhas filhas, muito obrigado por tudo. Eu vivo e sempre viverei para vocês. Vocês são o sentido da minha vida. Amo vocês e a mamãe de vocês, mais do que qualquer coisa nesse universo.

Um beijo.

24 de maio de 2013

Como não ganhar dinheiro na internet

Entrei na internet pela primeira vez em 1998 e de lá pra cá, se juntar todo o dinheiro que já ganhei com ela, o total é de aproximadamente zero reais.

Confesso que nunca foi minha intenção principal, ganhar dinheiro postando nos meus blogs, depois no Twitter, Facebook, etc. Mas, depois que algumas coisas aconteceram, imagino que isso poderia ser possível, e fica aquela sensação de que estou investindo mal o meu tempo. É claro que ao postar frases, receber feedbacks, depoimentos e até mesmo críticas ou opiniões contrárias... tudo isso de certa forma tem enriquecido minha forma de pensar e de agir com as pessoas, além de me proporcionar boas risadas. Mas dinheiro que é bom, nada.

Aí, despretensiosamente posto coisas como "Todos na mesa bebendo cerveja e eu com meu iogurte Betânia", "Sou do tipo que come pão com ovo com ketchup Heinz", "Vontade de comer a televisão com esse comercial da Cacau Brasil" e muitos outros do tipo, que acabam influenciando algumas pessoas mesmo que indiretamente, a ponto de falarem “Quando vejo iogurte Betânia, só lembro de você”, “Passei a comprar ketchup Heinz depois daquele tweet e não é que o melhor que já comi na vida?” e outras referências positivas sobre os produtos que cito.




É óbvio que me bate o pensamento de que eu poderia ganhar algo com isso, além do fato de as pessoas concordarem comigo. Mesmo assim, acabo me conformando de que nem são tantas pessoas assim que se influenciam. Acho inclusive, que esse nunca seria esse meu primeiro objetivo na internet. Se eu fosse pago para postar coisas, talvez não passasse a espontaneidade e, consequentemente, a credibilidade que acredito que meus tweets devem passar a essas pessoas.

Eu não quero ficar rico na internet, mas ficaria muito bom se pelo menos conseguisse juntar dinheiro suficiente pra realizar o meu sonho de comprar uma camisa oficial do PSG da França. Caso alguém queira me ajudar, mande um e-mail pra luilton.pires@gmail.com. Estou precisando muito dessa camisa.

14 de maio de 2013

Minha égua

Aos 8 anos, eu tinha três funções muito importantes: acordar às 5 da manhã, levar milho para as cabras e dar banho na égua de raça do meu pai. Bolsas de palha em cada lado do guidão da Monark infantil com pneus azuis e meu fiel escudeiro, o “Leão” meu cachorrinho.

5km depois, encostava a bicicleta no tronco de um enorme pé de figo e levava o milho para os cochos das cabras, que não eram muitas, mas faziam muito barulho quando eu chegava. Eu era o popstar daquelas cabras.

Enquanto elas se alimentavam, eu ia buscar a égua no curral para levá-la a um rio próximo, para que ela pudesse tomar aquele banho gostoso. Pegava uma palha de coqueiro e deixava só o cipó do meio para usar como “acelerador” da égua. No começo, um leve açoite e a égua começava a andar. Um açoite um pouco mais forte e ela corria. E assim foi por alguns dias.


Com o tempo, o Leão, meu cachorro, aprendeu a encostar a porteira quando saíamos para o rio, e a abri-la quando chegávamos. Mas o mais interessante foi o que a minha égua aprendeu. Depois de alguns dias, o açoite passou a ser completamente desnecessário. Bastava levantar o cipó que ela já disparava. Acho que ela via pela sombra quando eu levantava o cipó. E depois de um tempo, bastava falar “vamo”, que tudo se resolvia.

Ao descobrir isso, fiquei maravilhado. Não só pela capacidade da égua em desenvolver esse “raciocínio” para não levar um açoite, mas principalmente porque eu odiava bater nela. Minha égua me deu uma bela lição: se eu sei o que tenho que fazer, pra que esperar alguém me dar um açoite para me fazer começar?

13 de janeiro de 2013

Romantismo

Antes de ler, responda rapidamente a pergunta abaixo:

Quem é mais romântico: o homem ou a mulher?

Eu queria saber quem inventou essa história que a mulher é mais romântica do que o homem. É bem simples reconhecer que o homem é bem mais romântico que a mulher. Basta ir numa dessas lojas de "loucuras de amor" e ver quem faz mais. Ou ainda, verificar quem compra mais presentes, quem tenta agradar de todas as formas possíveis, inclusive com atitudes simples como abrir portas, ceder cadeiras, dar flores, carregar sacolas, cobri-la com seu melhor casaco, defendê-la incondicionalmente, etc.

Além disso, é fato que o homem se declara muito mais do que a mulher. Eu diria que de 10 declarações de amor, 9 são originadas pelo homem.


É bem mais fácil ver um homem fazendo bobagem por uma mulher do que o contrário, e isso é bem característico de uma pessoa romântica. Muitas vezes renunciando a tudo que conquistou só pra impressioná-la, trabalhando dobrado só pra poder lhe comprar aquele colar.

Fico indignado com essa falta de reconhecimento. Mulheres, tratem de perceber isso.